terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sobre Nós



Rita Caldas, de 26 anos, inicia o seu percurso na dança através do ballett clássico, que irá cruzar 10 anos de aulas, dois dos quais na Escola de Dança do Conservatório Nacional. Integra o elenco de dança das óperas Ainda (1988) e Guilherme Tell (1994), em cena no Teatro Nacional de São Carlos. Numa perspectiva de aperfeiçoamento constante da sua vocação artística, arranja ainda tempo para receber formação musical na Academia de Amadores de Música – Piano, Canto e Solfejo. Nunca parando de dançar, cruza experiências de dança em áreas tão variadas como o Funky, Jazz, Salsa, entre outras, complementando sempre estas atividades com a exigente Barra de Chão.

Começa em 2003 a sua “aventura” com o Tango. Recebe, nesta nova etapa, o acompanhamento dos mais variados professores: Juan e Graciana, Guillermo e Elina, Sebastian Arce e Mariana Montes, Pablo Vilarazza e Dana Frigoli, Chicho Frumboli e Mariana Dragone, Roberto Herrera e Natacha Poberaj, Pablo Véron, Oscar e Gladis, Gaston Torelli e Moira Castellano; Bruno Tombari e Mariángeles Camaño, Federico Naveira e Inês Muzzopapa, Cecilia Garcia e Santiago Dorkas, entre muitos outros. Durante este período, acompanha Juan e Graciana, e ainda Paulo e Yolanda, em exibições de Tango por todo o país. Colabora ainda como assistente do professor Alejandro Laguna nas suas aulas, no Complexo Desportivo das Olaias. Integra em 2006 a organização do Festival de Tango de Lisboa. Na busca contínua de novas expressões corporais e apostando fortemente na sua formação como bailarina de tango, tem participado em diversos festivais internacionais e workshops de Tango em diferentes países.
É finalmente em 2008 que concebe, em parceria com Vasco Martins, o inovador projecto Fadonga, juntando Fado e Tango na pista de dança.

O seu trabalho como dançarina é marcado pela busca apurada de um estilo próprio, centrado na dinâmica do corpo e musicalidade. A vivência pessoal e vocação artística levam-na a cruzar linguagens diversas – o Ballett, a Salsa, a Kizomba, a Dança do Ventre, ou o Samba – numa procura de novos territórios para a dança, norteada pela inovação e pelo espírito crítico.


Vasco Martins, 27 anos, é um dos valores da nova vaga de dançarinos de Tango em Portugal. A sua ligação a esta canção argentina foi quase um amor à primeira vista, marcado por um momento decisivo. Ao assistir, a um concerto dos Gotan Project, fica profundamente impressionado com a musicalidade, o sentimento e as múltiplas possibilidades do Tango. Quase de imediato, inicia um percurso continuado de formação com o professor Carlos Matias, desde logo marcado pela defesa de um tango limpo, de base bem marcada. O Tango “tradicional”, com as suas delicadas nuances e viva intensidade, entra-lhe pela vida dentro, sem pedir licença. Complementa a sua formação com outros mestres, nomeadamente Chicho Frumboli e Juana Sepulveda; Pablo Véron; Gustavo e Gisela; Javier Rodriguez; Julio Balmaceda, Gaston Torelli e Moira Castellano; Bruno Tombari e Mariángeles Camaño.


A sua presença em diversos festivais de Tango nacionais e internacionais é uma constante – Sitges, Viareggio, Madrid, Barcelona, Festival de Tango de Lisboa e Festival de Tango do Porto, entre outros numa tentativa de bailar com o maior numero de pessoas, procurando tendências, experiências e inspirações porque como ele refere, “é na pista praticando que se aprende”. Neste último evento, no Porto, descobre o Fado como pano de fundo para se dançar o Tango. É esta revelação que o impulsiona a criar o projecto Fadonga, juntando Fado e Tango numa dança comum. Este projecto é complementar à sua abordagem do Tango: inovar, trazer novas paisagens e vivências para esta arte, esticar ao máximo as possibilidades na pista de dança.


Hoje é defensor de um Tango dançado e assente sobre a dinâmica do corpo e a musicalidade, algo que traz das sua passagem pela percussão e pratica de artes marciais. A sua carreira e rápida evolução mostram-nos que o desenvolvimento do Tango passa, sobretudo por um esforço continuado, crítico e principalmente, apaixonado. A dança torna-se ela própria numa busca de um estilo próprio e de uma identidade.
 
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